10 de janeiro de 2007
Mesmo que o espectador se muna de boa vontade para com as ingenuidades infantilóides de Renato Aragão ao se travestir de roteirista e intérprete de cinema, é um tanto quanto complicado acompanhar sem agastar-se os muitos tropeços narrativos de O cavaleiro Didi e a princesa Lili (2006), dirigido por Marcus Figueiredo para o estrelismo de Aragão, que, além do mais, tenta impingir ao assistente o constrangedor amadorismo de sua filha Lívian Aragão, uma garotinha de oito anos de idade; parodiando uma frase dita para os maus escritos e os escritos absurdos, vê-se bem que o celulóide (ou a tela) aceita tudo. Abrindo com suntuosos (sic) planos de época para inserir-nos no plagiado tom maravilhoso de histórias longínquas orientais, a realização de Figueiredo e Aragão resvala a torto e a direito para senões que as crianças ingenuamente engolem, mas que seria melhor evitar empurrar-lhes goelas abaixo; como há público que se diverte com suas bobagens, Aragão vai utilizando o cinema (meio com que não tem a afinidade que tem na televisão) para manter-se no centro das atenções.
Se a princesinha de araque que Aragão cria para sua filha se apaixona e casa com um plebeu, sabe-se que a riquinha Liviam só freqüenta as altas rodas cariocas e brasileiras, estando longe de misturar-se com a plebe. Mas, inevitavelmente, isto faz parte da demagogia populista do circense Aragão. Assim como demagógico e falsificador é o programa “Criança Esperança”, criação da Rede Globo de Televisão protagonizado por Aragão: sabe-se que todo aquele dinheiro doado pelo povo brasileiro é abatido do imposto de renda da famosa rede como se fosse doação dela para a população miserável de infantes nacionais –coisas do torpe capitalismo brasileiro.
Por
Eron Fagundes